Transformação digital na nova realidade
A mudança é agora a nova constante. As empresas da América Latina estão vendo e experimentando que o que funcionou no passado pode não trazer os mesmos resultados hoje, e provavelmente no futuro.
É essencial conhecer o novo cliente, que busca garantir a continuidade de seus negócios diante de adversidades, e fornece ferramentas aos seus funcionários para que eles possam continuar a trabalhar de forma eficiente e produtiva em qualquer lugar. Agora, devido a circunstâncias fora do nosso controle, a revolução digital está avançando em um ritmo que nunca poderíamos esperar. Sim, todos nós pudemos ver o potencial e, até certo ponto, estamos nos movendo em direção a formas mais ágeis de operar.
Hoje, essa situação obrigou as empresas a acelerarem sua abordagem, indo muito além da zona de conforto. Nesse ambiente, ainda é muito mais difícil prever, mas o que sabemos é que o novo cliente é muito mais digital, mais consciente e econômico. Lembra-se de quando os clientes tinham paciência para esperar 48 horas por um e-mail de retorno ou um dia para que seu tweet fosse respondido? Esses dias já se foram. Os clientes de hoje compram produtos e serviços on-line como nunca, e a expectativa agora é que as marcas sejam ágeis, personalizadas e operem em um contexto social.
Por outro lado, as empresas precisam gerenciar os negócios de hoje, mas também pensar no que virá em seguida: quais serão as expectativas dos clientes, o que elas podem oferecer a eles para se manterem relevantes e à frente da concorrência? Se as empresas puderem pesquisar e “testar” novas formas de trabalho, novas soluções ou até mesmo novas infraestruturas, elas estarão um passo à frente.
Além disso, vimos e testemunhamos que o trabalho não é o lugar aonde você vai, mas o que você faz, e é fundamental não ter obstáculos que impeçam a colaboração tranquila, o trabalho seguro e a permanência conectada; portanto, habilitar espaços de trabalho inteligentes é crucial para que qualquer empresa tenha continuidade nos negócios.
De acordo com um estudo recente¹ , 53% das empresas se concentraram na criação de modelos de trabalho remotos e dinâmicos. E isso faz sentido. As empresas terão como objetivo continuar investindo na saúde e na segurança de seus funcionários. Para evitar viagens e mobilidade não essenciais, os sistemas de videoconferência e colaboração, bem como as tecnologias que compõem o verdadeiro trabalho digital, serão indispensáveis para que o capital humano permaneça produtivo da maneira mais segura possível, no escritório ou remotamente.
Por outro lado, no novo normal, a eficiência é a pedra angular. É importante que a força de trabalho possa se concentrar no planejamento e na execução das atividades que trazem o maior valor para a empresa. Para conseguir isso, os líderes devem valorizar e confiar na automação para executar tarefas repetitivas. Por meio de tecnologias como a RPA (Robotic Process Automation), é possível aprimorar processos críticos de negócios e gerar fluidez e eficiência no trabalho, por meio da aplicação de análise, robótica e aprendizado de máquina na interação com sistemas digitais para a execução de determinados processos de negócios.
Nessa nova normalidade dos negócios, a RPA se torna essencial para executar determinadas atividades repetitivas usando uma interface para capturar dados (estruturados ou não), interpretá-los, gerar respostas e se comunicar com outros sistemas.
Espera-se que as compras on-line aumentem acentuadamente. Um estudo da Forbes² revela que, de acordo com as estatísticas iniciais, os acessos à Internet aumentaram de 50% a 70% desde que a Organização Mundial da Saúde declarou a pandemia. Portanto, espera-se que as empresas aumentem suas operações digitais e, nesse contexto, o conceito de Click&Collect materializado por armários inteligentes é uma boa alternativa para lidar com esse aumento, evitando contágios, reduzindo o contato físico entre as pessoas e a aglomeração de pessoas em um único espaço, à medida que as vendas de comércio eletrônico aumentam. Dessa forma, a transferência de mercadorias é mais segura, mais rápida e mais eficiente para todas as partes, e é possível chegar ao cliente final protegendo sua saúde e seu bem-estar.
Por fim, as empresas industriais estão procurando maneiras de se tornarem menos dependentes das cadeias de suprimentos. A manufatura aditiva ou impressão 3D pode beneficiar uma ampla gama de empresas que trabalham com plásticos, metais e até mesmo gêneros alimentícios. O potencial dessa tecnologia vai além: ela se tornará parte de um sistema de negócios superconectado. Em combinação com a robótica e a Inteligência Artificial (IA), a impressão 3D pode criar oportunidades realmente especiais. Com relação à mudança nas cadeias de produção das empresas, os resultados são totalmente mensuráveis. Por exemplo, se um funcionário de uma fábrica for ao depósito para fazer um pedido de uma peça, o gerente do depósito tradicionalmente procuraria a peça no depósito e a entregaria. E se ele pudesse lhe dizer que em algumas horas poderia ter a peça criada na mesma fábrica e com as especificações que ele precisa, sem tê-la em estoque ou mobilizar qualquer serviço de logística? Esse é certamente um exemplo do que já está acontecendo com a impressão 3D hoje, suas aplicações são ilimitadas, pois se concentram em um conceito, não em uma máquina ou hardware. A pandemia fez com que muitas empresas repensassem suas cadeias de suprimentos e se voltassem mais para o conceito de micro fábricas para evitar surpresas nos momentos em que a cadeia de produção é afetada, inclusive pelo fechamento ou lentidão da alfândega devido à COVID-19.
Sem dúvida, há um caminho pedregoso pela frente, cheio de desafios e dificuldades, mas também de oportunidades empolgantes para se adaptar a esse novo normal dos negócios. Não existe uma receita secreta ou instrutiva; cada empresa e setor deve analisar suas muitas variantes para encontrar a melhor maneira de se adaptar a esse novo mundo.